Entramos nesse mundo já sendo enganados. Condicionamentos absurdos somos obrigados a absorver. Somos induzidos a não questionar, a aceitar e por fim fazer parte desse grande teatro mundano de sangue, dor e gritos.
Não conseguimos acordar desse imenso pesadelo que promovemos, pois nosso protecionismo especista está lá para nos livrar da culpa, onde a igreja nos fortalece a crença que somos os únicos dentre milhões de espécies escolhidos por um "Deus", e o Estado institucionaliza a supremacia humana, para um mundo exclusivamente humano, regrado por leis de auto proteção. O resto, é resto.
Cometemos atrocidades inenarráveis e nem por isso nos achamos monstros, pois nossa visão é distorcida e conduzida a ver tudo da melhor forma, do mais bonito prisma, e das mais fantasiosa alegria. Nos poupamos de assistir a desgraça a nível mega industrial que comentemos, e muito de nós ou grande maioria não sabe, ou sequer imagina o holocausto que promove-se aqui na Terra por nós mesmos. Uma questão de sono existencial que muitos dormirão sem nunca acordar, até sua morte.
Um mundo fantasioso que promove dor a muitos para alegria de poucos. Quero dizer que, nós, apenas nós, uma espécie, é capaz de promover a desgraça de milhões de outras espécies. O mais engraçado que sendo essa capaz de criar através da inteligência coisas incríveis, é a mesma que consegue se comportar primitivamente através do mais básico dos costumes arrastados desde os primórdios, o costume de se alimentar de entranhas iguais as suas.
Uma indústria potencialmente mortífera, que passa facilmente por uma singela e inofensiva processadora de alimentos para o bem da nação, a indústria da carne e derivados. Só que não! Não é bem assim, essa indústria é hoje responsável por prejuísos catastróficos em todos os níveis da natureza, que vai do clima, desmatamento, poluição, extinção de espécies, mono agricultura, seca, fome e miséria, no geral, aceleração da degradação terrena.
O ponto fulminante de onde esse texto quer chegar é: a insensibilização do homem, o grande processo psicológico de condução de massa, emburrecimento e idiotização, que tem como objetivo a retenção de poder por alguns e o esfriamento e o endurecimento do espírito de bilhões de seres humanos.
O alimento no planeta Terra é a fonte mais lucrativa que existe, e por isso, em mãos de gananciosos, fez de nosso planeta, não um lugar para viver e sim sobreviver como famintos desesperados por sangue, carne e prazer.
"Temos riquezas suficiente para suprir a fome de todos, mas não para suprir a ganância de poucos."
Assim segue uma das frases mais perfeitas que já ouvi nessa vida.
Temos alimentos livres de crueldade, mas alguém ou alguma coisa ainda quer que nos alimentemos de sangue do nosso sangue, da carne de nossa carne. Onde está o sentimento? Onde está aquele algo de bom, que pesaria em nossas razões se fôssemos realmente livres para pensar e sentir?
Somos programados para ignorar o sofrimento dos animais. Somos programados para nos fartamos diariamente por alimentos duvidosos, sofríveis e eticamente reprováveis. Não conseguimos enxergar o óbvio, pois à máquina de ilusões continua a nos hipnotizar, nos dopar, e nos deixar insensíveis, que, ao ouvir um grito de dor, daremos risadas sádicas, e cada um pensará:
"Não é comigo, mais é pra mim."
Não viemos aqui para aceitar o inaceitável, viemos aqui para questionar, ser e não promover a outros aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco. Somos seres capacitados para pensar e sentir, mas a grande maioria está sendo guiada e manipulada por tão pouco, mas gerando um sofrimento tão grande, que não sabemos a consequência dessa indiferença fabricada por alguém ou alguma coisa, mas essa existe, está aqui e meteoricamente está matando todos nós em todos os sentidos.
Jota Caballero